Deixam-se ficar para trás para não desperdiçarem um só segundo da vida um do outro, nesta urgência de partilharem o mesmo ar, as mesmas cores, os mesmos cheiros, os mesmos sons. Não se largam, nesta necessidade de se fundirem, de quase se transformarem num único corpo que sente tudo com o dobro da intensidade - dois corações que batem descompassados e milhares de borboletas partilhadas na barriga.
Ele usa sempre roupas lisas, já ela é dos padrões. Ele viu o cabelo perder a cor mas ela não se permite tal coisa. Todas as manhãs vão ao café, ele bebe sempre o mesmo galão, ela vai variando os chás. Todas as manhãs ele puxa para a esquerda e ela para a direita. Dão o braço a torcer à vez mas acabam por ir sempre juntos, de mão dada, na mesma direcção.
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