28/12/18

Nervura







novembro 2018





saio do café, das árvores caem
folhas, apanho duas de plátano
e outras tantas de amieiro,
seduzem-me
tanto pela forma, como pelas nervuras,
senti-las entre os dedos, veias,
o tacto da seiva, língua da raiz ao
firmamento
vou cosê-la num alinhavo de sangue
e saliva, a linha cravada na pele
dizendo-me as feridas da existência,
voo de pássaro, conquanto
caído.

Hélder Magalhães, Nunca Estiveste Aqui

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