Há dias em que me sinto encolher, em que alguma coisa dentro de mim encarquilha como as folhas nos dias secos de outono. Fecho os olhos e faço força para desaparecer e imagino como seria poder desnascer - (como na música dos Linda Martini) - desaparecer gradualmente mas sem as inevitáveis arrelias que a morte tráz, poder esfumar-me no ar ou diluir-me, tornar-me líquida e descer no ralo da banheira durante o banho. Na adolescência senti muitas vezes que as minhas emoções eram como um sobe e desce num parque infantil em que uma criança brinca sozinha. Meia vida depois sou muitas vezes essa mesma miúda. Vale-me a música para tornar mais leves os dias sombrios dos (sempre) demasiado longos invernos.
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