Disse à tia T. que a laranja que comi ao almoço, em casa dela, me soube muito bem. Ela respondeu que percebeu na altura, pela forma como comi: segurei a laranja e levei-a à boca com as duas mãos e fui dando pequenas trincas. Quando era pequenina segurava assim o chocolate - mesmo que fosse só um quadradinho - porque depois em vez de um pedaço ficava com dez dedos achocolatados para lamber, bem devagarinho.
Agarro como minhas as memórias que os outros têm da minha infância e comovo-me sempre que percebo que a miúda que fui não desapareceu, é que gosto muito dela, mesmo que ás vezes seja tão mázinha com a sua versão adulta.
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