There's planets in my palms, if you get bored of my skin

I know you're weary and I've worn you out

But you can rest your mind here and take your trainers off and... I apologize

I should have approached this differently

We said we'd be honest with each other so I guess

You make me feel like the unrequited lover

I don't wanna follow you around until you find the truth

But I'd rather not kiss every stranger until I find you

Can't you just appear in my hands and I'll carry you instead?

There's planets in my palms, if you get bored of my skin

I mean you change with the moon. Habitual rituals

Your smiling and light is my only residual

The first time we met, did you go home and think of me too?

Our silence settles strangely now and self consciousness is heavy

I know. People overthink things. Women wreak havoc. Men implode

But don't trouble yourself with my opinions

Just remember me in the morning and carry me home

Jorja Smith - Carry Me Home (Interlude)

Moonrise Kingdom

- Why do you always use binoculars?

- It helps me see things closer. Even if they're not very far away. I pretend it's my magic power.

- That sounds like poetry. Poems don't always have to rhyme, you know. 

Moonrise Kingdom, Wes Anderson (2012)

Em personagem

julho 2018

por vezes finjo que sou eu
é formidável

engano toda a gente

eu própria fico confundida

quem és tu, pergunto desconfiada

várias vozes respondem nomes diversos

e chego a acreditar

é o que dá tomar realidades por milagres

ou o inverso.

Bénédicte Houart

Percurso Sonoro

Caminhos da Água | julho 2018

   

   Passei a tarde com a V. e ainda consegui ver a A. que me entregou o livro da Clarice que trouxe da Feira do Livro e o docinho que trouxe de Malta. Lembro-me que cheguei a casa satisfeita, com aquela sensação boa de coração cheio.

All The Stars

Love, let's talk about love Is it anything and everything you hoped for? Or do the feeling haunt you? I know the feeling haunt you

Jorja Smith - All The Stars

Memorize the city

Coimbra | julho 2018

I walk through the streets to memorize the city
I count every light until I reach the shore

Sometimes I close my eyes and you're not very pretty

Sometimes I can't believe I've had those thoughts before

The Organ - Memorize The City

Erro de casting

   
   Nesta cena o sol estava prestes a pôr-se e o céu era uma tela abstracta em tons laranja-rosados. O vento entrava pela janela do meu lado e deixava-nos os cabelos despenteados e a pele ligeiramente arrepiada. Olhavas para mim, cansada da viagem de carro, e cantavas Just Hold On, We're Going Home. Começaste a fazê-lo por causa da minha implicância com o Drake mas a verdade é que passei a gostar da música, especialmente desafinada por ti. (Não é que cantar fosse o teu forte mas não era isso que estava em causa.) Eu fechava os olhos e desejava que ficássemos neste momento para sempre porque já me sentia em casa. Uma coisa foleirinha, bem filme de domingo à tarde, eu sei, mas acho que nos preocupamos menos com os clichés quando estamos, de facto, a vivê-los.

  

   Corta! Deixámos que nos roubassem a cena e, afinal, não passámos de mais um erro de casting. (Voltámos a ser figurantes nas histórias dos outros.)

Le Petit Prince

Corremos o risco de chorar um bocadinho, se nos deixarmos cativar.

Le Petit Prince, Mark Osborne (2015)

Coincidências cósmicas

 Teresa | janeiro 2019

   Encontrámo-nos numa viagem de autocarro depois de quase uma década sem nos vermos, conversámos o tempo todo, voltámos a encontrar-nos por acaso e depois de propósito. Percebemos que estamos em fases semelhantes da vida e que temos mais em comum do que podíamos sequer imaginar. 
   É bem gira, esta coisa de crescer e descobrir amigos em pessoas que já conhecíamos.

Moradas abertas ao meu olhar

dezembro 2018

   

   «entrar em um universo dos seres que se mostram [...]. Em outros termos: olhar um objecto é vir a habitá-lo e dali apreender todas as coisas segundo a face que elas voltam para ele. Mas, na medida em que também as vejo, elas permanecem moradas abertas ao meu olhar e, situado visualmente nelas, percebo sob diferentes ângulos o objecto central de minha visão actual.»

Maurice Merleau-Ponty in Fenomenologia da Percepção